A Letter is a joy of Earth –
It is denied the Gods –
Uma carta é uma alegria da Terra
– Denegada aos Deuses.
(Emily Dickinson)
Um documentário em produção sobre a trajetória das cartas e como elas podem trazer liberdade e esperança aos detentos e seus familiares.
Contamos o passo a passo da filmagem do documentário "Escrita Livre", com roteiro e direção de L.S. Alves, que recebeu o patrocínio da Prefeitura Municipal de Joinville, da Fundação Cultural de Joinville e do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec). Tal patrocínio foi conquistado por meio do Edital de Apoio à Cultura de 2012.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
domingo, 9 de dezembro de 2012
Gravando, comendo e correndo
Joinville, 27 de novembro de 2012.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Filmando nos Correios
O dia começou cedo na unidade dos Correios que atende o sul de Joinville. No Centro de Distribuição Domiciliária Joinville Sul, fomos recebidos pelo gerente Vilmar de Campos que nos apresentou à equipe de carteiros explicando o nosso projeto e solicitando o apoio de todos, o que foi de vital importância para o bom andamento dos trabalhos. Começamos captando sons e imagens gerais dos trabalhadores enquanto trabalhavam. Depois passamos para planos detalhes de mãos, cartas, caixetas, carimbação, etc. Colhemos assim lindas imagens que poderemos usar na entrevista do carteiro e também ao longo do filme. A conversa com o carteiro Silvio Fagundes, responsável por entregar as correspondências na penitenciária, fluiu de forma agradável. Bem articulado e interessado em participar, contribuiu muito bem para o documentário.
Certo momento das gravações, notamos uma espécie de carrinho que o pessoal dos Correios usa para carregar caixas de cartas e que aos nossos olhos surgiu como uma maravilhosa oportunidade de termos um travelling em nosso filme. Fizemos duas tentativas, levando o carrinho de um lado a outro da unidade. No monitor da câmera a imagem ficou bacana. Vamos ver agora na edição como vai ficar numa tela maior.
domingo, 2 de dezembro de 2012
Gravando pra valer
Mais um dia de gravações em Joinville. Apesar de que em nossos contatos telefônicos tenhamos obtido pouco retorno dos familiares de detentos, a equipe de assistência social da penitenciária voltou a nos apoiar com mais pesquisas e conseguiu nos dar uma direção para seguirmos. Já que estávamos na unidade, aproveitamos para ter uma conversa com o diretor do lugar. Richard Harrison Chagas dos Santos, uma simpatia de pessoa com idéias inovadoras e vontade de fazer acontecer. Proporcionou-nos uma meia hora de agradável conversa sobre as cartas e o processo de ressocialização dos apenados. Pena o tema do documentário ser tão específico, pois essa personagem renderia horas de conversa interessante sobre o sistema carcerário e as possíveis opções de evolução do mesmo.
Mais tarde, seguindo as dicas da assistência social encontramos uma família que mantém extensa correspondência com um dos apenados da unidade. A recepção calorosa e a vontade que eles têm de se expressar foi um alento para a nossa equipe. Tivemos outra conversa interessante colhendo dados para uma entrevista mais longa a ser realizada no dia seguinte.
Joinville, 26 de novembrro de 2012.
Joinville, 26 de novembrro de 2012.
domingo, 25 de novembro de 2012
Gravando na penitenciária
Segunda-feira, 19 de novembro, não foi dos dias mais fáceis. Saímos atrasados de Florianópolis, pegamos o tradicional engarrafamento de Itajaí e chegamos na penitenciária num momento em que o nosso contato estava ocupado. Depois de um pequeno chá de cadeira, entramos na unidade e fomos pro almoço. Engoli a comida em minutos e saí pra buscar o material de produção que estava na casa da minha madrinha lá no bairro Boa Vista da cidade de Joinville. Quando entro no carro, descubro um trincado no parabrisas com um palmo de extensão. De onde ele veio? Não tenho a mínima idéia, mas o estrago já estava feito e lamentar não ajudaria em nada. Peguei a sacola de material que a produtora havia entregue no dia anterior e voltei ao presídio. Montamos o equipamento em uma das salas de aula que estava em desuso no momento e ficamos prontos, esperando a chegada dos apenados para iniciarmos as filmagens.
Os voluntários demoraram a chegar e o pessoal da pedagogia, notando nossa aflição, decidiu intervir. Passaram a intermediar a chamada dos internos. Com a ajuda recebida, o processo tornou-se ágil e produtivo. Pelo que ficamos sabendo, os agentes comunicavam que alguém queria falar com os presos, mas não informavam a eles que se tratava da equipe do documentário.
Nesses diálogos com nossos personagens surgiram muitas historias ricas em sentimentos e também informações sobre como funciona o sistema prisional. E por mais ogro que eu seja, não sou imune as histórias que envolvem crianças. Talvez por ser pai, quando os pequenos entram em cena, o coração aperta e as lágrimas vêm. Não teve como segurar. E acabei chorando em uma das entrevistas.
No segundo dia de gravação, conseguimos conversar com a moça que trabalha na censura e lê todas as cartas que entram e saem da unidade. Meia hora corrida de uma ótima conversa com uma simpatia de pessoa. À tarde, conversamos com a professora de português dos internos. Depois começamos a entrevistar os detentos. Mais histórias interessantes até o momento em que fomos informados de que as filmagens deveriam ser interrompidas, pois todos os presos seriam recolhidos às suas celas. Assim terminamos as gravações antes do que pretendíamos.
Como sorte pouca é bobagem, na saída da penitenciária demos de cara com uma blitz. Tomei uma multa e perdi minha CNH que estava vencida há três meses.
Nesses diálogos com nossos personagens surgiram muitas historias ricas em sentimentos e também informações sobre como funciona o sistema prisional. E por mais ogro que eu seja, não sou imune as histórias que envolvem crianças. Talvez por ser pai, quando os pequenos entram em cena, o coração aperta e as lágrimas vêm. Não teve como segurar. E acabei chorando em uma das entrevistas.
No segundo dia de gravação, conseguimos conversar com a moça que trabalha na censura e lê todas as cartas que entram e saem da unidade. Meia hora corrida de uma ótima conversa com uma simpatia de pessoa. À tarde, conversamos com a professora de português dos internos. Depois começamos a entrevistar os detentos. Mais histórias interessantes até o momento em que fomos informados de que as filmagens deveriam ser interrompidas, pois todos os presos seriam recolhidos às suas celas. Assim terminamos as gravações antes do que pretendíamos.
Como sorte pouca é bobagem, na saída da penitenciária demos de cara com uma blitz. Tomei uma multa e perdi minha CNH que estava vencida há três meses.
domingo, 18 de novembro de 2012
Iniciam-se as gravações
Amanhã é dia de gravar na penitenciária. Todos os preparativos foram feitos, equipamentos adquiridos e conferidos. Os horários agendados com toda a equipe. Enfim, temos os dois dias totalmente planejados na ponta do lápis e sob a mira cruel do relógio que não aceita atrasos ou distrações. Agora o filme entra numa fase de adrenalina máxima. Tendo atividades todos os dias e correndo para cumprir os prazos combinados. Amanhã eu trago novidades pra vocês.
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Sobre cartas II
"Na narrativa tradicional, o leitor desconfia que o autor está escondendo algo. Na epistolografia, a sensação é que nada nos está sendo omitido." (Luiz Ruffato)
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